Detetive constata que baú brasiliense é mais importante do que sexo
Quem diria, hem! O “ricardão” vem sendo passado pra trás em Brasília pelo “caça dotes”. Pois é! De repente, a galera do mau percebeu que é mais vantagem dar o golpe do baú do que encantar mulheres e ofender maridos. Quem intuiu isso foi o detetive Seagall, da Agência de Investigações e Segurança Leão Branco, há 12 anos na praça.
O último caso de investigação pré-nupcial realizado pelo profissional intrigou o pai da moça, devido a pressa que o ex-futuro genro queria se casar. Já uma suspeita de adultério rendeu uma surpresa de apagar o cliente. Mas, estes dois casos, vamos deixar para o final da reportagem. Antes disso, confira como funciona um mercado que começa a se expandir na cidade e inclui de tudo, até mesmo investigação política e golpes na compra de automóvel.
A profissão de detetive ainda não é legalizada, mesmo com tanta luta dos cerca de 70 profissionais do setor, aqui do pedaço. Eles brigam organizados na Associação de Detetives Particulares de Brasília, mas não vêm perspectivas dos parlamentares tratarem do assunto a médio prazo. Quem quiser reforçar o grupo deve ficar ligado na Internet, pois há empresas oferecendo cursos. Os requisitos básicos são ter o segundo grau completo e uma certidão crimina da justiça com um imprescindível “nada constas”. “Muitos advogados e outras pessoas que atuam na área jurídica também fazem investigações em Brasília”, revela Segall, que deixa estas dicas para quem precisar ir fundo em uma parada: “Levante informações sobre o detetive, como a sua idoneidade moral, casos que ele desvendou e confira se a empresa que ele representa está registrada na Junta Comercial, bem como o alvará de funcionamento do seu escritório”.
AGRESSIVIDADE - Além do crescimento do número de sabidinhos em busca da “sogra dos sonhos”, evidentemente, na conta bancária, é claro, os detetives candangos estão tendo boa demanda com outro crescente problema: desentendimentos na escola. “São pais acusando professores de maus tratos a filhos, muitas vezes até de forma moral, e drogas rolando”, revela Segall, segundo o qual isso ocorre tanto no setor privado como no público. “O consumo pinta dentro e fora das escolas. Por mais que os diretores se esforcem para evitar, é difícil, pois existe a questão do constrangimento ao aluno”, explica.
Seagall conta já ter investigado casos sobre os dois temas. “Pais desconfiavam de que algo anormal ocorreria com a sua criança, de nove anos. Comprovei que levava beliscões, puxões nos cabelos e ouvia referências indesejáveis”, entrega, sem explicar de que forma reuniu as provas. “Se o profissional do meu ramo abre os seus segredos, não sobervive no mercado”, justifica, garantindo. “O detetive faz tudo dentro da lei”.
No que diz respeito a drogas, Seagall cita uma campana móvel e fixa, feita entre o Lago Sul e em uma universidade: “Um senhor de alto poder aquisitivo andava chocado com a mudança de comportamento de sua filha, de 19 anos. A moça, que tinha vida de princesa, desinteressou-se pelos estudos, passou a usar um palavreado incondizente com a sua formação e tornou-se agressiva e descuidada de sua aparência física. Resumo da ópera: estava namorando um sujeito seis anos mais velho, de nível social muito abaixo do seu e que lhe apresentara o mundo das drogas. Acuada pela família, a garota não teve como desmentir às provas. Felizmente, foi salva a tempo”.
Várias escolas procuradas pela reportagem, por telefone às suas secretarias, garantiram que jamais tiveram problemas de maus tratos a alunos, e circulação de drogas em suas dependências. Seus representantes afirmam que qualquer denúncia recebida é rigorosamente investigada e, se comprovada, punição ao responsável é inevitável, com demissão imediata. Um pai de aluno ouvido e que exigiu anonimato, “porque fui ameaçado pelo marginal e não nego que tenho medo”, contou que já denunciou à polícia um traficante que agia na porte da escola onde um filho seu estuda. Para falar aos repórteres ele exigiu também não revelar o nome do colégio, alegando manter boas relações e não ver culpa na diretoria da casa.
Uma outra vertente de demanda para os detetives da terra vem sendo “chegar na parede” os pais de “produções independentes” que escondem suas posses da parceira, informa Seagal. “Mas já apanhamos vários malandrinhos. Para não pagarem pensão como deveriam, eles usam do estratagema. O problema é que o fogo de atração sexual não investiga patrimônio. O rolo fica pra depois e, além de pensões, envolve também guarda da criança”, escancara o profissional.
Investigações políticas não atraem muito os detetives, “pois não são frequentemente”, justifica Segall, dizendo que é mais vantagem correr atrás de quem compra ágio de carro com más intenções. “Normalmente, se pagou só a primeira prestação e não fez a transferência do veículo, é golpe certo”, garante.
O escritório de Seagall conta com 14 profissionais que cobram em média, de 400 a 600 reis de diária por investigação. “É o preço padrão na cidade, mas a depender do caso pode ser mais”, admite.
RICARDÕES E RICRDINHAS - Um chifrezinho aqui, outro ali, sempre deixou o brasileiro curioso, não é mesmo? Então, lá vão três sacanagens investigados por Seagall:
Caso 1 – A mãe achava a sua filha muito danadinha e temia pela testa do futuro genro. E não de outra. Pra começar, no dia do casamento, a menina saiu, pela manhã, para ir à casa da melhor amiga, que não estaria lá. Fez uma inesquecível despedida de solteira com alguém que não era o noivo. Certificada do que desconfiava, a sogra leu o relatório e o entregou ao nubente. Para a sua surpresa, este disse-lhe: “Lavou, tá novo” – e as bodas foram celebradas.
Caso 2 – A senhora , detentora de uma reputação ilibada, passou a ir em demasia ao cabelereiro. O marido achou estranho e simulou uma viagem. Num determinado final de expediente, ela excedeu-se no tesão e borrou toda a maquiagem. No estacionamento do estabelecimento mesmo, trocou agarros e amassos com seu chefe em uma agência estatal do governo Lula. Uns dois meses depois, Seagall a encontrou , em um shoping, de mãos dadas, com o maridão, que havia recebido fotos com a melhor definição possível de imagens.
Caso 3 – Parecido com o caso 1. Só que o desconfiante da hora era o namorado. Ele nunca vira alguém com tanta inclinação cinófila como a sua mina. Mandou o detetive Seagall checar. As películas assistidas pela moça eram acomapnhadas por cenas de sexo explícito nos bancos do seu carro, no Cine Drive-In.
FIM DE PAPO - No início desta matéria, duas histórias ficaram para depois, lembra-se? Apois, então, eis as crônica anuncidos para o arremate:
1 – Após 23 anos de casada, e com dois filhos, de 17 e 19 anos, Cleide (nome fictício) passou a desconfiar de Cláudio (também nome fictício). “Só quero saber se a vagabunda é mais gostosa do que eu”, ela deixou claro para o detetive Siegell. Cleide desmaiou qando recebeu as fotos. Cláudio estava de caso com Raimundo (nome fictício), um garotão moreno, alto, forte e charmoso.
2 - Frede (nome fictício) conheceu Marlene ( também fictício) num dia, apaixonou-se no outro e queria casar-se no “transotoutro”. O pai da moça ficou impressionado com a velocidade da paixão e mandou conferir. Afinal, sua filha era a herdeira de uma rede de lojas em shopings da cidade. E não foi que o cabra, em liberdade condicional, por assalto a mão armada, estava mesmo era de olho na butique dela!
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