Há 540 anos, Johann Gutenberg, o inventor da imprensa, trocava esta vida pelo direito de virar lenda
Antes do século XV, não havia a impressão que produzisse textos com este que você está lendo. O que se lia era escrito a mão, por bicos de penas, em pergaminhos feitos de pele de animais. Quem quisesse ter uma cópia de um livro teria que contratar um copista, normalmente, um monge, e esperar muito tempo, pois era um trabalho árduo e demorado.
Seis séculos antes de os europeus usarem a prensa para produzir textos e gravuras, a partir de blocos de madeira gravados, os chineses já faziam isso, mas como havia pouca comunicação entre eles e o resto do mundo, e o seu alfabeto era diferente do ocidental, a impressão não progrediu. No entanto, uma outra invenção deles, o papel, surgido por volta de 105 DC, conquistou os europeus, no século XI, a época do Renascimento, quando só não substituiu o pergaminho em documentos oficiais.
Faltava, então, só o alemão Johann Gutenberg pintar nesse mercado e traçar o riscado, para, no futuro, você, passar na banca e comprar o Jornal de Brasília, se não quiser consultá-lo, pela Internet, nesses tempos de modernidade. Pois é! Em 2008, lá se vão 540 anos que o “pai da imprensa” saiu desta vida, para entrar na história, e nenhum dos seus “filhos” se lembrou – só nós, o JBr.
DISPUTA
Alguns pesquisadores imputam ao holandês Laurens Coster, em 1423, ao italiano Pampilo Castadi, e ao tcheco Procopius Waldfoghel, que vivia na Fança, terem usado o tipo móvel antes de Gutenberg. Mas todos concordam que foi o alemão quem primeiro imprmiu um livro, pelo sistema, abrindo caminho para a difusão da impressão, a aprtir da tecnologia que usava em sua terra, a alemã Mainz, no início da década de 1450.
A vida de Gutenberg é repleta de mistérios. Pra começar, não se sabe, ao certo, quando ele nasceu. Historiadores calculam ter vvido entre 1398 e 1468. O que se tem muita certeza é de que ele tinha um caráter terrível, ao ponto de ter passado a maior parte doseu tempo enrolado com a Justiça, respondendo a processos movidos por credores, e até por sapateiros e mulheres enganadas. E o pior: enquanto a sua invenção valeu a fortuna de muitos tipógrafos, ele passou a vida inteira “durango kid”.
Tudo leva os pesquisadores a acreditarem que Gutembrg tenha começado a chegar até a invençãoda imprensa a partir de quando foi trabalhar, como aprediz, para o arcebispo de Maiz, uma das capitais do Sacro Império Romano. Como o religioso fabricava moedas para o seu Estado, ele aprendeu tudo sobre metais preciosos, fundição, cunhagem, temperaturas, uso de câmaras de fudição, matrizes e prensas, e ficou “com a cabeça a mil”.
As pesquisas seguintes sobre o “complicado alemão” indicam que, ao perder o pai, Friele Gutenbrgam, em 1428, o rapaz tenha se mudado, de Mainz, para a francesa Estraburgo, onde teria passado 20 anos, sobrevivendo como artesão ou comerciante de fachada, pois há registros de que, em 1439, pagara impostos sobre 2 mil litros de vinho. Na verdade, usava a adega para fazer pesquisas sobre a impressão, pois o comércio de bebida era muito comum nas cidades banhadas pelo Rio Reno e os “bebuns” não desconfiavam de nada. Na “moita”, ele pesquisava, sem chamar a atenção.
Documentos de 1438 mostram que Gutenberg, avançado em suas pesquisas, montou um negócio, junto com três caras de Estraburgo, dos quais “mordeu” uma boa grana, emprestada, para passar-lhes a sua tencologia. A socidade terminou na justiça, um ano depois, e foi a primeira fez que o nome do alemão apareceu ligado à impressão. Especula-se que ele tivesse aperfeiçoado o tipo móvel e começado a imprimir por aquele tempo. No entanto, o exemplo mais antigo de impressão com tipo móvel foi de 1442, um recorte de jornal, com 11 linhas, de cada lado.
Como todo “bom pecador”, Gutenbeg “mordeu” outros endinheirados, em EstraBurgo e Meinz, para onde voltou, provavelmente, em 1448, e nunca pagou a nenhum deles. Como dava trabalho à “Dona Justa”. Em 1452, quando aperfeiçoou a fundiçao do tipo móvel, ele imprimiu a sua primeira Bíblia, evidentemente, com dinheiro emprestado e não pago – que Deus o tenha perdoado.
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