Eles encantaram o mundo com feitos brilhantes, mas também amalucaram o planeta
Há pessoas que cruzam pelas nossas fronteiras informativas carregando a admirabilidade de valores que transcendem para as substâncias da eternidade. Muitas delas, no entanto, portam também em suas cadeias genéticas comportamentos que contracenam com outros completamente indomáveis, incopreensíveis ou, no mínímo discutíveis, a julgar pela genialidade que os transformaram em lendas.
Para não irmos muito longe, vamos dar uma paradinha no século passado, quando viveu o russo naturlizado norte-americano Isaac Asimov, doutor em bioquímica. Mestre na ficção científica, ele já projetava um mundo repleto de robôs na década de 1930, quando a palavra nem constava nos dicionários. Em 1950, se antecipou 13 anos no tempo e descreveu o que seria um passeio espcial. E aconteceu exatamente como ele imaginara. Da mesma forma como previu a invasão de nossas vidas pelos computadores. Agora, entenda esse cérebro. Mesmo antevendo o homem dinte de um computador, quando esse tempo chegou Asiov execrou a tal jeringonça do futuro e só usva a velha máquina de datilografia, para espanto dos amigos. E tinha uma explicação esquisita: “Faço na ficção o que näo faço fora dela”, dizia. E pior: embora projetasse passeios espaciais, saía no tapa se alguém tentasse embarcá-lo em um avião. Afinal, o que pensar sobre quem vivia nas alturas e jamais visitou o terraço do apartamento onde morava, em Nova York , só porque ficava no 33º andar? Asimov viveu assim por 79.
Meio complicado assim também como Isaac Asiomov era outro gênio da ficção científica, o nort-americano Lafyette Ronald Hubbard (1911/1986), apontado pelo Guiness Book, como o autor mais trauzido do planeta. Visto visto como uma escla entre Asimov e o francês Júlio Verne, foi condecorado como herói da Segunda Guerra e, quando não usava o cérebro para maravilhar o mundo com a informação ficcional científica, escrevia histórias de terror ou criava uma religião. Quem deveria lhe pagar um bom copo de vinho seria o físico alemão Albert Einstein.
Se a teoria da relatividade (sobre a dilatação do tempo) hoje é consideada a principal do Século XX, mas antes fazia seu pai encarar o desdém de sua patota, foi, graças a Hubbard que ela se popularizou. No início da década de 30, o Ron Hubbard que cursava engenhria decidiu ir a fundo na tese do alemão. Dominou toda a complexidade do assunto e, em 1949 se deu por satisfeito. Lançou o livro “Rumo às Estrelas”, contribuindo te decisivmente para Eistein mostrar a sua língua.
Quem pesquisa a vida de Hubbard espanta-se com as suas excentriciades. Há até quem o classifique de megalomaníaco. Um dos seus filhos chegou a classificá-lo de um perfeito “mala”. Também, quem o mandou declarar (em 1963) que havia visitado do Céu e que a sua existência física já durava 43 trilhões de anos? Muita relatividade para um corpo só, não?
Esquisito! Então vmos recuar até o final do século XIX e bater às portas da casa de Karl Marx, um filósofo, jornalista e escritor alemão, que viveu 64 anos, a tempo de ser o principal ideólogo do comunismo. Ôpa! Mas não entre sem tocar a campainha. Da porta pra dentro, Marx era um terror. Enchia a cara da mulher (teve três) de porrada, assombrava os sete filhos e traçava governantas e empregadas, sem nenhum pudor. Pouco! Da porta pra fora, nada de utopias. Rabo de saia que pintasse pela ferente ele socializava na primeira cama disponível. Mais? Quem quisesse brigar com Marx era chamá-lo para trabalhar. Preferia viver às custas dos amigos, principalmente de Frderich Engels, outro teólogo do comunismo.
E, já que visitamos o pai de uma variante política que gerou um império protegido por uma cortina de ferro, não custa nada voarmos no tempo para um século adiante e dar uma sacada no que andou fazendo um dos seus “filhotes políticos”, ou seja, aquele que foi considrado o maior filósofo de sua época, o francês Jean Paul Sartre, que viveu 76 anos. Consagradio pelas idéias (também políticas) que legou ao mundo, por intermédio de livror aplaudidíssimos, como “A idade da razão”, “O Muro” e “Questão de Método”, só para citar poucos, Sartre lutou contra Adolf Hitler, servindo ao “aliados” como meteorologista durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1941, Foi preso pelos nazistas, mas escapou e se integrou à “Resistência Francesa”. Sabem o que ele fez depois da guerra? Passou a defender causas contra as quais lutara, chegando a declarar que não havia censura na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. E ainda defendeu o tirânico regime político chinês de Mao Tse Tung. Resultado: de pop star da filosofia armou o barraco para virar uma anacronia amparada por pouquísismos intelectuais.
Mas, dilapidar reputações, não foi privilégio apenas de Jean-Paul Sartre. Muito antes dele, no longínquo l493, o navegador genovês Cristóvão Colombo já aprontava coisas bem piores. De descobridor da América, terminou na cadeia, levado a ferros para as grades, em Sevilha, pelo interventor Franciscdo Bobadilha, devido a sua desastrosa administração do mundo novo, quando assumiu a teimosa maluquice de achar que tudo o que pisasse seria uma continuação do Oriente descrito dois séulos antes pelo aventureiro veneziano Marco Pólo. Gênio da navegação, intrépido, Colombo encheu o saco dos portugueses, ingleses e franceses, com o seu projeto de levá-lo até as riquezas do comércio das Índias, confiado no cosmógfrafo florentino Paolo Toscanellim, que colocava a Europa e o Extremo Oriente relativmente próximos, via Mar Oceano. Sua sorte foi que, no cartelo espanhol de Fernando de Aragão e de Isabel de Castela havia muito ciúme dos feitos dos vizinhos de Lisboa. Lhe deram duas caravelas e um nau. Colombo bateu o recorede de permanência no mar, dois meses, e voltou à Espanha coberto de glórias.
A competência navegatória de Colombo correspondia à sua indomável teimosia. Foi graças ao seu relatório, garantindo a Fernando e a Isabel, de que, dificilmente, haveria mais terras a descobrir num espaço entre 700 a 2.540 km do arquipélago do Cabo Verde, que a Espanha perdeu o Brasil para Portugal. Bem informado pelos espiões que espalhava pelo mundo a fora, D. João II, rei de Portugal, sacava bem Colombo e sentiu-se ludibriado pelas suas descortas, cujas terras deveriam pertencer a ele, pelo tratado de Alçáçovas/Toledo, de 1479, quando o Papa Alexandre VI, mediados domundo católico, aplicou um golpe nos portugueses. D. João aproveitu-se da garantia dada aos espanhóis pelo genovês e dobrou a Espanha a assianar o Tratado de Tordesilhas, em 1494. Ele já tinha a certeza de que na parte sul do Mar Oceano havia umas terras onde se plantando tudo dá.
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