quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

DISTRITO DE PAZ

Em 5 de julho de 1890, Angical deixou de ser freguesia, passando à categoria de vila, inaugurada a 2 de janeiro de 1891 e desmembrada do município de Campo Largo, atual Cotegipe. Pela lei municipal, de 20 de fevereiro do mesmo ano, Angical subordinou Barreiras como seu distrito de paz, o que só vigorou por 44 dias, pois o documento estadual Nº 237, de 6 de abril daquele 1891, promoveu o desligamento.
Pela divisão administrativa brasileira de 1911, o município de Angical ficou com os distritos de Missões de Aricobé, Brejo Velho e Buritiziho, e pelo decreto Nº 7.472, de 8 de julho de 1931, incorporou ao município o território de Barão de Cotegipe. Em 1933, com nova reforma administrativa nacional, Angical ficou com os distritos de Brejo Velho e Santa Helena, permanecendo assim até 1953, mas com o topônimo Santa Helena sendo alterado para Mariquita. A lei estadual Nº 628, de 30 de dezembro de 1953, devolveu Buritiziho a Angical, ficando então o município com aquele distrito e mais Brejo Velho e Mariquita. Atualmente, apenas Missões de Aricobé continua como distrito. Os demais foram municipalizados.
LOCALIZAÇÃO - Angical situa-se na zona fisiográfica de Barreiras, na bacia do Rio São Francisco, tendo 35 quilômetros do seu território banhados pelo lado direito do Rio Grande, que nasce nos limites da Bahia com Goiás e é afluente do “Velho Chico”. O município é banhado também pelo riacho Redenção, que tem cabeceiras distante 122 quilômetros da sede municipal, recebendo no seu curso as águas do São Domingos, e pelos riachos Brejão, Bonsucesso (ambos com 16 km de extensão), Cabiceiras (10 km) e o do Brejo da Missão (6 km). Nenhum deles, no entanto, é navegável. O sistema hidrográfico conta ainda com as lagoas de Santa Luzia, nas proximidades do Rio Grande, a 20 quilômetros da sede municipal, medindo 800 x 800 m; da Arcada, na fazenda do mesmo nome, também nas proximidades do Rio Grande; a do Angu, na Fazenda Atoleiro, ambas medindo 600 x 600 m; a da Porta, na fazenda Riacho, com 500 x 500 m, e a do Bolô, com 100 x 90 m.
Os limites angicalenses são com os município de Cotegipe, pela Serra do Brejo Grande, com Barreiras, pela Serra do Covil, e com Santana, pela Serra do Peixinho, também chamada de Serra dos Bois. Localizada na região centro-oeste do estado da Bahia, a sede municipal, com altitude de 500 metros em relação ao nível do mar, situa-se a 12 graus, 00 minutos e 07 segundos de latitude sul e a 44 graus, 41 minutos e 42 segundos de longitude oeste, tomando-se por base o meridiano de Greenwich.
Outro espetáculo proporcionado pelo Morro do Saíra pode ser visto quando chove durante à noite. Ele amanhece coberto por neblina, formando outro belo cenário. Confira nas fotos

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

HISTÓRIA ANGICALENSE

Até 1828, a margem esquerda do Rio São Francisco servia a então província de Pernambuco, quando foi anexada ao território baiano. Por meio de carta escrita em 1700, o governador pernambucano, Dom Fernando de Mascarenhas e Lancastre, declarou: “A Casa da Torre, os herdeiros de Antônio Guedes de Brito e Domingos Afonso Sertão são senhores de todo o sertão de Pernambuco”. Em seu livro “Bandeirantes e Sertanistas”, Borges de Barros informa: ”A colonização da parte ocidental do rio São Francisco, na região que reúne Casanova, Remanso, Pilão Arcado, Barra do Rio Grande, Santa Rita do Rio Preto, Campo Largo, Angical, Santa Maria da Vitória, Sant’Ana dos Brejos, Barreiras, Correntina e Rio Cariranha, nos séculos XVII e XVIII, obedeceu a orientação das Casas da Torre e da Ponte”. Logo, a vida angicalense começou tutelada pelo domínio feudal, o que teve continuidade por uma petição datada de 30 de janeiro de 1749, endereçada a Dom Marcos de Noronha, do Conselho de Sua Majestade, Governador e Capitão-General de Pernambuco, concedendo a João Martins, em 19 de abril do mesmo ano, Carta de Sesmaria do sítio Brejo do Angical, com a “distância” de uma légua, o equivalente hoje a sete quilômetros.  No começo do Século XIX, o Brejo do Angical, assim chamado por conter em seu território extensas matas de angico circundadas por brejos e alagadiços, passaram ao domínio dos irmãos José Joaquim de Almeida, Joaquim Herculano de Almeida e Manoel Frederico de Almeida, descendentes de ilustre família portuguesa. Proprietários de grande quantidade de escravos, os Almeida se dedicaram à cata de diamantes nos boqueirões da Chapada Diamantina, à construção de barragens, à lavoura, principalmente de cereais, e à criação de gado, cujas boiadas atravessavam o Rio São Francisco  para serem levadas até a região de Lençóis. Prósperos em seus empreendimentos, os Almeida desfrutavam de grande prestígio junto ao Imperador. Viviam na opulência, construindo suntuosas residências. Católicos, em 1810, construíram a primeira igreja angicalense, ornamentando-a com imponentes obras de arte e outros objetos em ouro e prata. Em 1821, o Brejo do Angical tornou-se a freguesia de Sant’ Ana do Sacramento do Angical, pertencente ao bispado de Pernambuco, situação que durou até 1828. Sessenta anos depois, com a abolição da escravatura, pela Lei Áurea, o poderio econômico dos Almeida desarticulou-se completamente, e eles se viram obrigados as vender  fazendas. Muitos membros da família, inclusive, partiram para o Rio de Janeiro, onde situava-se a corte imperial.  Em 5 de julho de 1890, o governador  e marechal Hermes Ernesto da Fonseca, elevou a freguesia à categoria de vila, inaugurada a dois de janeiro do ano seguinte, com seu território desmembrado  de Campo Largo, o atual município de Cotegipe. Pela lei municipal de 20 de fevereiro de 1891, Barreiras, hoje o maior centro produtor da região oeste da Bahia, tornou-se distrito de paz subordinado a Angical. Mas desligou-se do mesmo pela lei estadual nº 237, de seis de abril do mesmo 1891, por meio de lei estadual.